segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Benjamim Schianberg, o professor do amor.

"Alguns homens sublimam seus desejos, projetando-os num plano apenas mental, e isso é suficiente para satisfazê-los. Outros, apesar de resistirem com diferentes graus de esforço, acabam por ceder às tentações. São o que se chama de 'homens de sangue quente'. Ao se apaixonar, um 'homem de sangue quente' experimenta o desamparo de sentir-se vulnerável. O Amor platônico, o 'maldito amor complacente'. Homens de sangue quente, nunca se sujeitam a esse gênero de amor. Preferem abdicar, se a situação for irremediável, a ser passivos como aqueles que se rendem à esplêndida ilusão do amor platônico. Por que somos seduzidos por algumas coisas e por outras não? Se dominássemos os nossos impulsos, não seriamos mais felizes com isso, mas é certo que muita coisa seria evitada - guerras inclusive. Muitas vezes, entre os amantes, em adição às afinidades do corpo, surge uma sintonia mental, intelectual, que ao propiciar jogos, provocações e brincadeiras privado acentua ainda mais o caráter de cumplicidade na relação. Casais costumas estabelecer espaços particulares de comunicação, inacessíveis ao restante da manada humana ao redor. Intimidade psíquica. Apenas 2,4% da humanidade é feliz. Essa ínfima minoria, integrada por monges trapistas, alguns matemáticos, noviças abobadas e uns poucos artistas, gente conservada na calda da mansidão à custa de poesia ou barbitúricos. Um clube de dementes de categorias variadas, malucos de diversos calibres. Gente esquisita, que vivi alheia nas frestas da realidade. Só assim conseguem entregar-se por inteiro aquilo que consagram como objeto de culto e devoção. Para viver num estado de excitação constante, confinados num território particular, incandescente, vedado aos demais. Uma reserva de sonho contra tudo que não é doce, sutil ou sereno. É o mais próximo da felicidade que podemos experimentar."


Fonte: Livro "Eu receberia as piores noticias dos seus lindos lábios" - Marçal Aquino

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